Salazar disse: “Para conquistar, devemos escolher inimigos.”
Se formos contextualizar, acabamos por perceber que parte das nossas vidas gira em torno disso. Criam-se inimigos, para que sua vida tenha algum sentido.
Das coisas mais simples e fúteis – há mais sérias - pouca gente no mundo, tem vontade de fazer algo por si, que não seja visando jogar na cara de alguém.
É a pessoa que teve 4 casamentos, e não desiste de provar que todos estão errados, menos ela.
É a dieta que começou por causa de bullyng.
Da conquista do diploma, através dos filhos, escamoteados de vitória pessoal.
Parte das grandes mentes e vitoriosos do mundo, só ficaram imortalizados, porque eles mesmos, pouco se importavam com a crença ou descrenças das outras com ela. O que dizer de Steven Jobs, Mohammed Ali, Bill Gates, Gandhi, e tantos...
Um pobre que fica rico da noite para dia, é só novidade, até que ele caia na categoria dos milionários. Depois, é só mais um. E acredite: Você não será o mais rico de todos. Assim, como a bonita da rua, não é a mais do mundo. Ninguém é mais do que outro, só porque quer. Não funciona assim no mundo.
Parece que, quando criamos inimigos, um alvo para chamar de seu, é que a vida parece ter graça; Não devia ser assim, mas quase tudo que vejo no que tange a isso, esta sendo criado para dar impulso na vida de muitas pessoas.
O ex ou a ex de alguém é motivo para a silhueta que cresce ou diminui. É também pela perda do emprego ou a conquista da vaga do concurso. Para o bem e para o mal, apontamos o dedo para nossos inimigos, criando os culpados certos. Mesmo que essas certas pessoas, pouco ou nenhum interesse tenha por nós. Daí que com o tempo, a tendência é só piorar. Porque outros inimigos deverão serem criados.
Quem se ilude facilmente com os aplausos, se destrói muito mais rapidamente com a falta deles, e haja culpados para apontar. É assim na política, que observamos pessoas não assumindo suas culpas, é assim nas relações longas ou vazias, cada qual precisa ter algo em que se sustentar ou sustentar suas próprias teses.
Se nossa vida fosse mais simples, mais tangível e menos incoerente com o que dizemos as pessoas e pensamos de fato, talvez a dieta funcionasse rapidamente. Talvez o amor fosse mais simples e calmo. Talvez o emprego fosse o menos cansativo. Somos tão bons em nos perdoar e esquecer nossas canalhices diárias, mas tão incongruentes com os demais, forçando-os a atender todas as nossas expectativas, que quem diz que é forte sozinho, é o mais fraco de todos.
Será que dá pra um dia, olharmos nossas vidas sem a sombra de inimigos? Sem deixarmos de dar rosto ao bicho papão do armário?
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