quarta-feira, 3 de maio de 2017

O patrulhamento das redes sociais

 

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Escrevo há pelo menos 8 anos para blog e minhas páginas pessoais. Aprendi que se existe uma terapia boa, é colocar para fora o que se sente. Mesmo não concordando com os excessos, acho que faz bem se conversar sobre tudo que se estar afim. Entretanto, em grupos fechados, geralmente existe algum concesso sobre o que se gostaria de falar, mas nem sempre é possível saber qual é o assunto do momento. Afinal não tem a presença das pessoas, parte fundamental para o discernimento do tipo de assunto. E, temos visto os patrulheiros de plantão atuarem com sindicância. Tá ficado chato isso! Tanto nas redes abertas, e piorando nas fechadas, como WhatSapp, algum sujeito parte do pensamento que deve gerir toda e qualquer informação postada. Assemelha-se muito ao tom formal de condução de classes. Se no presencial, próprio de encontros de bares e amigos, existe um respeito e uma tolerância maior com o outro, ou neguinho levanta-se e vai embora, já nos grupos, os xerifes chegam patrulhando tudo. Não pode isso! Por que isso? Etc, etc.

É algo que Freud explica, na sua literatura, em um capítulo singular que fala da : " Consciência dos pseudos Líderes "

Alguns humanos, apreciadores do som da própria voz, ávidos por estabelecerem bases, normas e diretrizes, que se assemelhe ao seu processo continuo e natural de condução de sua própria vida, buscam na lida em grupos, alavancar uma necessidade de criar uma consciência às vezes direta outras indiretamente, de liderança pelo fato de se acharem preparadas para executar tal tarefa.
Lógico que confrontadas, muitas relutam em se declararem vaidosas e dominadoras. Até porque é conflitante ser amigo e respeitar gostos contrários aos seus; muito mais fácil lidar com situações externas e pessoalmente distantes de si e de seu convívio. Mas, não se iluda, elas estarão lá sindicalizando tudo.

Muito poucos são os que respeitam a livre escolha do outro. A tolerância é limitada ao sabor do que agrada a quem procurar dominar a situação. Salvos uns ou outros, a tendência mesmo é que o grupo acabe aceitando o " síndico " porque muitas vezes ele é o dono do playground ou da bola, e evitam confrontá-lo. O que é um erro! O confronto é salutar. Parte importante da independência de ideias e caráter, sem o qual seremos seguidores de pensamentos prontos alheios. Não há aqui propagação de rebeldia e nem revolucionismo raso - há sim um discurso de combate ao impositor por impor; aquele sujeito que se elegeu o condutor da conversa, porque acha que deva ser assim, toda e qualquer a pauta.

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