quinta-feira, 4 de maio de 2017

Não vale a pena

Este início de semana, começando pela terça feira, foi catastrófico em termos de mobilidade urbana na cidade João Pessoa. Além da chuva o dia todo, tivemos pelo início da noite o maior engarrafamento do ano. Parte do trajeto do centro-praia-bancários, tivemos arvores caídas na lagoa, semáforos desligados e nenhum policial de transito. Ficou à boa vontade dos motoristas ceder espaço para o outro. Levei do itinerário de 11 km quase 2 horas fechadas, precisamente ( 1:55h ) para chegar no trampo do hospital.
Sem contar que carros esquentaram e quebraram ao longo do percurso todo. Numa situação dessas você tem longa oportunidade de refletir sobre a sua vida e sobre os rumos do Brasil. Tanto ao seu lado, como atrás e à sua frente, estão representadas todas as etnias, credos, pensamentos, filosofias, estilos e status social do brasileiro. Não são só os carros - quer sejam novos ou não! É muito mais complexo do que isso.

Da série autocrítica : Eu já fui do tipo que burlei normas e regras, usei de atalhos para chegar aonde eu queria, não se trata de caminho, mas de oportunidades que eu achei que deveria pegar, para não perder e isso implica também condutas erradas e uma dose de mau caratismo. Pois é não tem meios termos, ou você assume suas burradas ou vai ficar apontando o dedo para a multidão e dizendo que não foi você.
Acontece que a vida se encarrega de te colocar nos eixos ou saí de vez, eu optei por conduzir-me melhor. Ponto!

E dentre esse tempo desperdiçado no engarrafamento, você olha para sua esquerda, depois da curva da subida da Dom Pedro II, próximo à UFPB, e percebe que uma série de pessoas tomaram o atalho de ir pela pista EXCLUSIVA de ônibus, para chegar na sua frente, e " ganhar " tempo. Aonde eu estava, no trajeto de 100 metros, levei 15 minutos para sair, e lógico essas pessoas nem se lixaram para os avisos e a proibição. Também são os mesmos que cortam a sua frente sem pisca de aviso, que se encaixam, empurram, cortam sua frente, na maior cara de pau. Não muito próximo vejo também outras pessoas dentro dos seus carros de vidros fechados, digitando nos seus celulares sem olharem para frente e nem de lado. Deixando o transito mais nervoso e mais perigosos ainda.

Da Série por quê Punir: Porque o ser humano é assim em qualquer lugar do mundo, as ressalvas são para os orientais e alguns países, onde a cultura é tão antiga, que " escroto " só é dito por médicos proctologistas. Eles possuem vergonha de furar fila, comprar pirata, praticar suborno, tomar leite de criança e etc. Os indivíduos que seguiam comigo aquela jornada, ( tomando cuidado de dar espaço para as exceções ) estavam se lixando para o país ou para os outros. Toda sua vida, com toda certeza é pautada pelo oportunismo e pela prevaricação. Assumem-se como espertos. Agem pelas costas. São invariavelmente os mesmos que no outro dia estarão por trás dos birôs, dentro de lojas, em bares ou boates, rindo e contando vantagens de tudo. Não cabe aqui julgar juízo de valor por considerar posição social e aquisitiva. Não sou dos que acham que rico é quem corrompe e faça o papel de vilão do Brasil. O conjunto é bem mais abrangente.

Talvez, muito talvez, esteja ali os que fizeram pela primeira vez. Talvez, alguns estarão arrependidos hoje. Quem sabe? Todavia, uma atitude ruim nossa, desgraça todo um capítulo bonito da nossa história de vida. Eu sei, porque já tive borrões que não se apagaram jamais.

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