quinta-feira, 12 de abril de 2012

O discurso da Palmada

Lei-da-Palmada

Lembro bem da minha infância, e posso dizer que pelo lado de minha mãe apanhei bastante por causa de minhas molecagens e travessuras quando garoto. Pelo meu pai, só levei um puxão de orelha e uma bronca que me serve até hoje de memória. Mas em ambos castigos infligidos contra mim, todos estavam certos! E posso dizer que do meu pai, era o que eu mais temia apanhar na vera.


Esta semana que passou da Páscoa, fui obrigado a ver umas 3 cenas da vida real, onde 3 crianças diferentes, todas pequenas, entre 2 e 4 anos, estavam dando seus shows mirins de safadeza e manha tão habituais da idade. Um em específico, não vou poder dizer de quem, mas posso dizer que o moleque é 24 horas chorando e gritando por tudo que deseja ou não deseja. Não há acordo com ele! Ou tem o que pede ou abre o berreiro, agride a mãe, as tias, avós e todos que tiverem por perto. E não vejo nenhuma contrapartida pelo lado do adulto em solucionar este problema, se não apenas ceder...


E quem cede aos gostos de uma criança esta fadado a ser subserviente a vida toda a esses mesmos caprichos. Porque se um adulto sem manhas, já é difícil de lidar, avalie uma criança mimada que não sabe o que é “NÃO”?!


A cada dia os pais são ausentes da criação dos filhos, seja na história da mãe solteira, seja na mãe divorciada ou da avó que cria os netos com a filha largada pelo pai da criança. Em geral a criança perde a figura paterna ou austera que tanto necessita para seu desenvolvimento.
Quem cria, fica a cargo de dividir essa responsabilidade com todos de casa, e todos de casa, procuram gastar o menor tempo com a educação da mesma. Então vira um circo! Cada um que joga o moleque para ver o palhaço pular e os bichos brincarem.


Tem uma hora que a criança percebe que é terra de ninguém esse troço!!
Daí... meu amigo... vira picadeiro total, com ele no centro gritando com todos.


A solução é barganhar com a criança, comprando DVDs, jogos, notebooks, televisores e canal a cabo. Toda essa parafernália é só para tirar o foco da criança no adulto ocupado.
Daí quando a criança que logicamente volta sua atenção para essa tecnologia, primeiro depara-se com a TV e a gama de canais a cabo disponíveis para ver. O que temos disponível para as crianças, pergunto a você?


Vou citar os que tiveram mais ou menos audiências em período longo.


Ben 10 - (resumo) Um garoto que é criado pelo avô, com pais super ocupados, quase sempre fora da escola, com uma prima também com mesma característica, com 12 anos e salvando o mundo. Ou seja, sem referências familiares, rebeldíssimo, auto-suficiente, e com uma vida cheia de aventura longe de casa ( beleza).


Bob Esponja – (resumo) – Dois garotinhos, fazendo imensas traquinagens, sem família, com leves tendências a serem caçadores de borboletas no futuro.


Meninas Super Poderosas ( resumo) Três garotinhas criadas do nada, com um mentor relapso, salvando o mundo, com direitos a chiliques, pancadaria solta, e nada com nada com suas obrigações.


Padrinhos Mágicos - ( resumo) Pais relapsos, vergonhosamente baladeiros, irresponsáveis, pedantes e malvados com seu filho, que é criado por uma babá nojenta, dois mentores do faz de conta e sem horário para cumprir como qualquer criança.


E por ai vai...


O que não falta são seriados, desenhos, animes onde jovens adolescentes, pré-adolescentes, são jogados no mundo em busca de aventuras, sem controle algum de qualquer pessoa. Todos praticamente são criados nessa realidade televisiva como se o verdadeiro REAL fosse este.


Como seu filho pode saber que não pode sair sozinho? Que não pode tomar sorvete fora de hora, que tem de tirar notas boas, que tem de lavar a louça, ajudar em casa, cuidar da avó velhinha, etc, etc, etc.


Fora tudo isso, vem o pai e a mãe da geração 90 que são um bando de pamonhas moles, que acha que criar filhos é entregá-los para o colégio na hora certa e pegar no final da aula. Que fique a educação para o colégio né?


O assassino das 12 crianças no RJ é um subproduto do meio que foi criado nos anos 90. Sofreu bulimia e não teve ninguém que dissesse:
- Ta certo, você esta sofrendo na vida, mas você é melhor que eles, seja forte, bla, blá.


Ao contrário, ele foi aumentando esse ódio e só conseguia encontrar, dor, raiva, gente ruim e com isso, aprendeu a praticar as mesmas maldades que fora vítima no passado.
Ninguém para descer o porrete nele, quando entrasse em casa com sua primeira arma. Ou quando ele tivesse matado seu primeiro gato ou cachorro com crueldade.
Por sinal, essas coisas, os pais nem dão castigo mais! Mandam pro psicólogo quando tem dinheiro, e quando não tem, proíbem de ver TV por 24 horas.
Essa pseudo educação que a Lei prever que exista num futuro próximo, onde pais e filhos dialogam de igual para igual, em todas as fases da vida dele, vai fazer como nos EUA, crianças se tornando seriais killers por qualquer motivo fútil.


Não deixamos de estudar os inúmeros casos que vem de lá, onde um professor é demitido ou um trabalhador é posto pra fora, e com menos de 2 horas ele volta armado com uma metralhadora comprada na esquina com capacidade de 500 tiros por minuto, matando o patrão e os colegas a torto e a direito, só porque foi fortemente contrariado.
O povo brasileiro ainda é considerado pacifico, por que o sofrimento que passamos ao longo dos anos, com a fome, desemprego, baixa renda, nos fez acreditar em algo maior vindo de cima, do que no poder do dinheiro que ora compra, ora acaba de vez.


Mas, o desenvolvimento econômico trouxe grandes melhorias e também, trouxe um olhar mais profundo para o alicerce da família. Não se pode deixar que uma criança se torne um adulto e nem um adulto se torne uma criança quando simplesmente é negado algo!!!
Sou do tempo que minha professora resolvia os acasos de bullyng com umas boas palmadas ou castigos severos. Já vi na fila de ir embora em meu colégio no terceiro ano primário, uma professora meter o sarrafo num moleque que tava rasgando o caderno do outro, só por maldade.
Os pais todos esperando e viram tal cena, óbvio que ouvi muita indignação por parte de alguns, mas ouvi mais coro de “ É Isso mesmo professora!” dos próprios pais do colegiado todo. Isso me fez acreditar que se eu fizesse o mesmo, seria pego da mesma forma e jeito.


A quem nossos filhotes de 2 anos, estão ouvindo?


A quem esse menino que dá na cara da mãe, arranha e morde, trincando os dentes de raiva vai ouvir? Se fosse meu velho pai, tava com a boca cheia de sabão, ou as pernas bem marcadinhas de lapadas da varinha mágica de fazer menino respeitar.
Pirralho é pra ser pirralho! Pegar água para as visitas, chinelo pro papai, beijar mamãe, brincar com o Totó, dormir na hora, levantar na hora, e muitas outras coisas, mesmo as traquinagens, elas podem serem feitas, sem precisar levar surras, basta que ele tenha respeito na hora da bronca a quem verdadeiramente comanda a casa.


Quem comanda a sua casa?

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